Nós entendemos melhor um conceito quando ele é explicado com uma história; conseguimos guardar melhor uma ideia se ela for contada como ela surgiu. Por conta disso, nós criamos para nós mesmos ou ouvimos de pessoas de referência (nossos pais, nossos avós, do ambiente do qual nós crescemos) essas histórias e as repetimos. Essas histórias justificam quem nós somos; elas servem tanto para justificar nossas qualidades quanto nossos defeitos, nossas facilidades e talentos e nossas dificuldades e desafios.
Nós não temos apenas histórias boas: também temos histórias ruins. Muitas vezes a história que contamos faz referência aos nossos pais. Às vezes uma pessoa te pergunta: “porque você é grosso, estúpido com os outros?” E logo vem a resposta: “minha mãe era assim, eu sou assim também! Eu sou autêntico eu falo sempre a verdade!”. Daí, essa pessoa que conta essa história para ela mesma, caso um dia seja delicada vai achar até estranho seu comportamento “poxa, mas eu não sou essa pessoa delicada. Sou aquela pessoa autêntica, grossa…”
Nós temos histórias de ‘coitadismo’, de coisas que nós não queremos continuar a ter em nossas vidas. Te perguntam: “por que você tem dificuldade nessa área?” “Ah… porque meu pai tinha, a minha mãe tinha…” “porque você tem facilidade naquela área?” “Ah… porque eu desde pequeno aconteceu isso e eu tive essa situação”.
Nós temos histórias bacanas que justificam nossas qualidades e talentos, mas temos histórias que nós contamos que justificam as nossas dificuldades e, muitas vezes, essas histórias podem ser modificadas, podem ser desconstruídas, mas você só vai conseguir trabalhar em cima disso se tiver consciência. Da mesma forma como aconteceu com os medos, o Guardião, as crenças de luta, faremos a mesma coisa com as histórias pessoais.
Quais são as histórias que você conta para você mesmo e que justificam as suas dificuldades, que justificam os seus bloqueios? Você sempre foi ‘burrinho’, você sempre foi tímido, sempre foi gastador? Quais são as histórias que você conta, quais são as lembranças que você tem? Quando você comete aquele erro que mais quer consertar, aquela coisa que você quer parar de fazer e toda vez que você faz acaba contando a mesma historinha para você mesmo: que história é essa?
“Ah… mas minha mãe era assim e eu também sou…”
“Ah… eu sou assim desde pequenininho…”
“Depois que fulano me abandonou…”
“Depois que meu pai morreu aconteceu isso…”
Tem sempre uma historinha; por isso devemos trazer à tona, tomar consciência, trazer para um nível que você possa perceber.
Então, segue mais uma atividade: identifique as histórias que você conta para você mesmo e que justifica as suas dificuldades, os seus desafios e os seus bloqueios.
No próximo post falaremos sobre as metáforas pessoais, encerrando a abordagem sobre os problemas – daí partiremos para as soluções!
Até lá!